sexta-feira, 30 de maio de 2014

DOCUMENTO 104

1.4. A novidade do Reino

17. A pregação de Jesus atraía muita gente (cf. Mc 3,7- 8). Ao
seu redor, começou a nascer uma pequena comunidade
(cf. Mc 1,16- 20; 3,14). Ele convidou os discípulos e constituiu
os doze apóstolos para anunciarem o Reino de Deus.
Isso signifi cou uma nova proposta de vida que traduziria
os valores do Reino em que:
a) todos são irmãos e irmãs, ninguém deve aceitar o título
de mestre, nem de pai, nem de guia, pois “um só é vosso
Mestre e todos vós sois irmãos” (Mt 23,8);
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b) há igualdade entre homem e mulher. Jesus muda o
relacionamento homem- mulher, pois tira o privi légio
do homem em relação à mulher (cf. Mt 19,7- 12).
As mulheres “seguem” Jesus desde a Galileia (cf. Mc
15,41; Lc 23,49). À samaritana, revelou ser o Messias
(cf. Jo 4,26). À Madalena apareceu, por pri meiro, depois
de ressuscitado e a enviou para anunciar a Boa- Nova aos
apóstolos (cf. Mc 16,9- 10; Jo 20,17);
c) há partilha dos bens; é um novo estilo de vida que Jesus
propõe. Na nova comunidade dos discípulos, ninguém
tinha nada de próprio (cf. Mc 10,28). Jesus não
tinha onde reclinar a cabeça (cf. Mt 8,20). Mas havia
uma caixa comum que era partilhada, tam bém, com os
pobres (cf. Jo 13,29). Nas viagens o discípulo deveria
confi ar no povo que o acolhesse e dependeria da partilha
que receberia (cf. Lc 10,7);
d) relacionam- se como amigos e não como empregados. A
comunhão deveria chegar ao ponto de não haver mais
segredo entre eles: “Já não vos chamo servos, , porque
o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo
amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de
meu Pai” (Jo 15,15);
e) o poder é exercido como serviço. “Os reis das nações dominam
sobre elas e os que exercem o poder se fazem
chamar ben feitores. Pelo contrário, o maior entre vós
seja como o mais novo, e o que manda, como quem
está servindo” (Lc 22,25- 26). “Quem quiser ser o primeiro
entre vós se ja o escravo de todos” (Mc 10,44).
Jesus deu o exemplo (cf. Jo 13,15). “Não veio para ser
servido, mas para servir e dar a vida em resgate por
muitos” (Mt 20,28);
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f) é dado o poder de perdoar e reconciliar. Esse poder foi
dado a Pedro (cf. Mt 16,19), aos apóstolos (cf. Jo 20,23)
e às comunidades (cf. Mt 18,18). O perdão de Deus
passa pela comunidade, que é lu gar de perdão e de
reconciliação e não de mútua condenação;
g) se faz a oração em comum. Eles iam juntos em romaria
ao Templo (cf. Jo 2,13; 7,14; 10,22- 23), re zavam antes
das refei ções (cf. Mc 6,41; Lc 24,30) e frequentavam as
sinagogas (cf. Lc 4, 16). Em grupos menores, Jesus se
retirava com eles para rezar (cf. Lc 9,28; Mt 26,36- 37);
h) se vive a Alegria. Jesus dizia aos discípulos: “Ficai
alegres porque vossos nomes estão es critos no céu”
(Lc 10,20), seus olhos veem a realização da promessa
(cf. Lc 10,23- 24), o Reino é de vocês! (cf. Lc 6,20). É a
alegria que convive com a dor e a perseguição (cf. Mt
5,11). Ninguém con segue roubá- la (cf. Jo 16,20- 22).
18. O Reino de Deus anunciado por Jesus é a expressão do
amor do Pai. É o dom de Deus que precisa ser acolhido
pela humanidade. Tal acolhida supõe novas relações entre
as pessoas, na comunidade e na sociedade.

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