quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

EVANGELHO DESTE ULTIMO DIA DO ANO DE 2014 - QUARTA FEIRA DIA 31

Dia Litúrgico: 31 de Dezembro (Dia sétimo da Oitava de Natal)
Evangelho (Jn 1,1-18): No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. Ela existia, no princípio, junto de Deus. Tudo foi feito por meio dela, e sem ela nada foi feito de tudo o que existe. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.

Veio um homem, enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos pudessem crer, por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.

Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina. Ela estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram. A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que crêem no seu nome. Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de graça e de verdade.

João dá testemunho dele e proclama: «Foi dele que eu disse: ‘Aquele que vem depois de mim passou à minha frente, porque antes de mim ele já existia». De sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. Pois a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer».
Comentário: Rev. D. David COMPTE i Verdaguer (Manlleu, Barcelona, Espanha)
E a Palavra se fez carne
Hoje é o último dia do ano. Frequentemente, uma mistura de sentimentos —incluso contraditórios— sussurram nos nossos corações nesta data. É como se uma amostra dos diferentes momentos vividos, e dos que gostaríamos de ter vivido, se tornassem presentes na nossa memória. O Evangelho de hoje pode ajudar-nos a decantá-los para podermos começar o novo ano com um empurrão.

«A palavra era Deus (…). Tudo foi feito por meio dela» (Jo 1,1.3). No momento de fazer o balanço do ano, devemos ter presente que cada dia vivido é um dom recebido. Por isso, seja qual for o aproveitamento realizado, hoje devemos agradecer cada minuto do ano.

Mas o dom da vida não é completo. Estamos necessitados. Por isso o Evangelho de hoje aporta-nos uma palavra-chave: “acolher”. «E a Palavra se fez carne» (Jo 1,14). Acolher o próprio Deus! Deus, feito homem, fica ao nosso alcance. “Acolher” significa abrir-lhe as nossas portas, deixar que entre nas nossas vidas, nos nossos projetos, nos atos que enchem as nossas jornadas. Até que ponto acolhemos a Deus e lhe permitimos que entre em nós?

«Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina» (Jo 1,9). Acolher a Jesus quer dizer deixar-se guiar por Ele. Deixar que os seus critérios dêem luz tanto aos nossos pensamentos mais íntimos como á nossa atuação social e de trabalho. Que as nossas ações se relacionem com as suas!

«A vida era a luz» (Jo 1,4). Mas a fé é algo mais que uns critérios. É a nossa vida enxertada na Vida. Não é apenas esforço —que também—. É, sobretudo, dom e graça. Vida recebida no seio da Igreja, sobretudo mediante os sacramentos. Que lugar têm eles na minha vida cristã?

«A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1,12). Todo um projeto apaixonante para o ano que vamos estrear!

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O QUE FALAM DO PAPA

Líder global: Francisco lançou a 'Revolução da Ternura' O tom do pontificado de Bergoglio começou a ser definido no momento inaugural. Por Fernando Calado Rodrigues A Igreja respira com um renovado vigor. O seu coração é irrigado com sangue que tem as suas origens no Velho Continente, mas bate ao ritmo do Novo Mundo. Para muitos, o advento do Papa Francisco provocou uma nova primavera do Espírito, semelhante àquela introduzida pelo Segundo Concílio do Vaticano há mais de meio século. Quando, no Vaticano, o cardeal Jorge Mario Bergoglio assomou à varanda da Basílica de S. Pedro apenas com a batina branca, despojado das pontifícias vestes vermelhas, captou imediatamente a atenção dos meios de comunicação pela simplicidade das suas palavras e pela autenticidade das suas atitudes. Graças aos seus gestos surpreendentes, e ao seu discurso atrativo e contundente, fez com que a Igreja deixasse de ser notícia apenas pelos escândalos que acontecem no seu seio e que marcaram o final do pontificado de Bento XVI. Bergoglio rapidamente se impôs como líder global num mundo desacreditado dos líderes políticos. Não o fez, contudo, lançando para a sombra o tempo em que o cardeal Joseph Aloisius Ratzinger esteve ao leme da barca de Pedro. Mas atribuindo um impacto ainda mais relevante ao gesto inédito da sua resignação.   Tem sido extraordinário acompanhar a atividade e o magistério deste homem que está a marcar de forma indelével a fisionomia da Igreja, neste dealbar do seu Terceiro Milénio, bem como recuperar o contributo dos seus antecessores. Assiste-se àquilo que alguns consideram, mais do que uma época de mudanças, uma mudança de época. RUMO ÀS PERIFERIAS O cardeal Bergoglio assumiu o nome de Francisco após a sua eleição para sucessor de Pedro. Foi precisamente a escolha do nome que deu o primeiro sinal de uma das ideias-chave que o novo Papa quer impor à Igreja: o desprendimento e a preocupação com os mais pobres. Desde o início, procurou traduzir as suas palavras com gestos concretos, como foi a escolha da Casa de Santa Marta para sua habitação. A preocupação com os mais pobres levou-o a criticar de forma contundente o sistema capitalista. Não utilizou uma argumentação elaborada e um discurso devidamente fundamentado, como o seu antecessor, mas preferiu fazê-lo de forma mais eficaz, com frases simples e incisivas, de que é um bom exemplo: "Esta economia mata." Traduziu a sua atenção aos mais desfavorecidos com a introdução do conceito de "periferias existenciais e geográficas", as quais exigem da Igreja um dinamismo para sair de si e ir ao encontro dos que vivem afastados. Uma vez mais, acompanhou o seu discurso com ações concretas, demonstrando esse dinamismo que ele quer para toda a Igreja. A sua primeira visita fora de Roma foi à ilha de Lampedusa. A seguir, escolheu alguns dos seus primeiros cardeais nas periferias da cristandade. A REFORMA DA IGREJA O Papa Francisco afrontou os principais problemas identificados pelos cardeais nas sessões preparatórias do conclave. Nomeou nove para fazerem a reforma da Cúria e do IOR, o dito banco do Vaticano. Tem sido inflexível e determinado na abordagem à pedofilia no seio da Igreja e na falta de despojamento dos eclesiásticos. Já suspendeu vários bispos por esses motivos – e um deles chegou mesmo a ser preso. Tem, também, procurado renovar a fisionomia da Cúria e de algumas conferências episcopais, como a espanhola ou a americana. Anuncia-se a fusão de diversos pontifícios conselhos com a criação de dois novos dicastérios (uma espécie de ministérios da Santa Sé). Um encarregar-se--á das questões em torno dos leigos e da família e outro da Justiça e Caridade. Será uma espécie de ministério dos assuntos sociais. O cardeal hondurenho Oscar Maradiaga, amigo pessoal do Papa e da sua confiança, assumirá este dicastério, deslocando-se para Roma quando se tornar efetiva a reforma da Cúria. Na nomeação de bispos para dioceses como a de Madrid, em Espanha, ou de Boston, nos Estados Unidos, a escolha do Papa Francisco recaiu sobre bispos mais alinhados com a sua forma de pensar e agir, rejeitando outros que se perfilavam para esses cargos. REVOLUÇÃO DA TERNURA A sua coerência e autenticidade, acompanhadas de uma notória assertividade e firmeza política, são as principais razões do seu sucesso mediático. E, mais importante que esse, é o sucesso da revolução que está a lançar no mundo católico, com influências globais. Uma "Revolução da Ternura" que sublinha o acolhimento em detrimento da condenação; que prefere a misericórdia à lei. Uma revolução que está a obrigar a Igreja a reaprender a "gramática da simplicidade". Para que, com a "criatividade do amor", consiga reinventar, hoje, o anúncio de Jesus Cristo. Pode ainda não ter mudado muito, sobretudo do ponto de vista legislativo, como alguns o acusam. Mas já gerou um dinamismo que dificilmente se conseguirá conter. Alguns bem se esforçam por promover uma oposição silenciosa e sub-reptícia ao Papa – e, essa sim, é ainda mais perigosa do que um atentado terrorista. Um atentado terrorista faria dele um mártir das suas convicções e das mudanças que propõe para a Igreja e para o Mundo. Mas esse terrorismo eclesiástico é muito mais perigoso, porque procura descredibilizar e esvaziar a dinâmica reformadora por ele introduzida. O maior êxito, é o que se deseja, para o sucessor de Pedro. Que tanto o terrorismo externo como o interno não consigam calar nem travar o espírito reformador do Papa Francisco. Oxalá ele consiga contagiar os outros – e que o ambiente que já se respira à sua volta se propague a todos os recantos da cristandade. 

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/domingo/detalhe/lider_global_francisco_lancou_a_revolucao_da_ternura.html


COOREIO DA MANHÃ
JORNALISTA - FERNANDO CALADO RODRIGUES

EVANGELHO DESTA TERÇA FEIRA DIA 30 DE DEZEMBRO

Dia Litúrgico: 30 de Dezembro (Sexto dia da Oitava do Natal)
Evangelho (Lc 2,36-40): Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Ela era de idade avançada. Quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. Depois ficara viúva e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do templo; dia e noite servia a Deus com jejuns e orações. Naquela hora, Ana chegou e se pôs a louvar Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.

Depois de cumprirem tudo conforme a Lei do Senhor, eles voltaram para Nazaré, sua cidade, na Galiléia. O menino foi crescendo, ficando forte e cheio de sabedoria. A graça de Deus estava com ele.
Comentário: Rev. D. Joaquim FLURIACH i Domínguez (St. Esteve de P., Barcelona, Espanha)
Se pôs a louvar Deus e a falar do menino a todos
Hoje, José e Maria acabam de celebrar o rito da apresentação do primogênito, Jesus, no Templo de Jerusalém. Maria e José não se poupam para cumprir detalhadamente tudo o que a Lei prescreve, porque cumprir aquilo que Deus quer é sinal de fidelidade, de amor a Deus.

Desde que nasceu o seu filho —e filho de Deus —, José e Maria experimentam maravilha atrás de maravilha: os pastores, os magos do Oriente, anjos… Não somente acontecimentos exteriores extraordinários, mas também interiores, no coração das pessoas que têm algum contato com este Menino.

Hoje, aparece Ana, uma senhora de idade, viúva, que num determinado momento tomou a decisão de dedicar toda a sua vida ao Senhor, com jejuns e oração. Não nos equivocamos se dissermos que esta mulher era uma das “virgens prudentes” da parábola do Senhor (cf. Mt 25,1-13): zelando sempre fielmente por tudo o que lhe parece ser a vontade de Deus. E, é claro: quando chega o momento, o Senhor encontra-a preparada. Todo o tempo que dedicou ao Senhor é recompensado com juros por aquele Menino. — Perguntai-lhe, perguntai a Ana se valeu a pena tanta oração e tanto jejum, tanta generosidade!

Diz o texto que «louvava Deus e falava do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém» (Lc 2,38). A alegria transforma-se em apostolado determinado: ela é o motivo e a raiz. O Senhor é imensamente generoso com os que são generosos com Ele.

Jesus, Deus Encarnado, vive a vida de Família em Nazaré, como todas as famílias: crescer, trabalhar, aprender, rezar, brincar… “Santa normalidade”, bendita rotina onde crescem e se fortalecem, quase sem dar por isso, as almas dos homens de Deus! Como são importantes as coisas pequenas de cada dia! 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

PALAVRA DO PAPA

Não ceder à depressão perante o mal e viver em esperança – o Papa em Santa Marta

Papa Francisco em Santa Marta - OSS_ROM
27/11/2014 04:49
O Papa Francisco na Missa em Santa Marta exortou os cristãos a não cederem à depressão perante o mal e a viverem em esperança. Nas leituras do dia duas cidades: Babilónia e Jerusalém – por motivos diferentes ambas caíram por não acolherem o Senhor

Mesmo no meio das dificuldades o cristão não cede à depressão. Este foi a mensagem principal da homilia do Papa Francisco na missa celebrada na manhã desta quinta-feira, 27/141, na Casa Santa Marta. Francisco advertiu que a corrupção e a distração afastam-nos do encontro com o Senhor.

Babilónia e Jerusalém: Estas duas cidades, citadas no Apocalipse e no Evangelho de São Lucas, atraem a nossa atenção para o fim deste mundo. O Papa meditou sobre “a ruína destas duas cidades que não acolheram o Senhor”.
“A corrupção dá alguma felicidade, dá poder e faz-te sentir satisfeito de si mesmo: não deixa espaço para o Senhor, para a conversão... a cidade corrupta... esta palavra, ‘corrupção’, hoje nos diz muito: não só corrupção económica, mas corrupção com muitos pecados: com o espírito pagão, com o espírito mundano. A pior corrupção é o espírito da mundanidade.”
“Babilónia cai por corrupção; Jerusalém, por distração, por não receber o Senhor que vem salvá-la. Não sentia a necessidade de salvação. Tinha as escrituras dos profetas, de Moisés e isso era-lhe era suficiente. Mas eram escrituras fechadas! Não deixavam lugar para a salvação: tinha a porta fechada para o Senhor! O Senhor batia à porta, mas não havia disponibilidade para recebê-lo, ouvi-lo, deixar-se salvar por Ele. E cai…”
Estes dois exemplos – observou o Santo Padre – “podem-nos ajudar a pensar na nossa vida”: somos parecidos com “a Babilónia corrupta e autossuficiente” ou com “distraída” Jerusalém?
Jesus exorta-nos a levantar a cabeça, a não deixarmo-nos assustar pelos pagãos. Eles têm o seu tempo e devemos ampará-los com paciência, como fez o Senhor com a sua Paixão”:
“Quando pensamos no fim, com todos os nossos pecados, com toda a nossa história, pensamos no banquete que gratuitamente nos será dado e levantamos a cabeça. Nada de depressão: esperança! Mas a realidade é má: há muitos, muitos povos, cidades e pessoas que sofrem; tantas guerras, tanto ódio, inveja, mundanidade espiritual e corrupção. Sim, é verdade! Tudo isso ruirá! Mas peçamos ao Senhor a graça de estarmos preparados para o banquete que nos espera, com a cabeça sempre erguida”. (RS/BF/CM)


EVANGELHO DO QUINTO DIA DA OITAVA DO NATAL - 29 DE DEZEMBRO

Dia Litúrgico: 29 de Dezembro (Quinto dia da Oitava do Natal)
Evangelho (Lc 2,22-35): E quando se completaram os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram o menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”. Para tanto, deviam oferecer em sacrifício um par de rolas ou dois pombinhos, como está escrito na Lei do Senhor.

Ora, em Jerusalém vivia um homem piedoso e justo, chamado Simeão, que esperava a consolação de Israel. O Espírito do Senhor estava com ele. Pelo próprio Espírito Santo, ele teve uma revelação divina de que não morreria sem ver o Ungido do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao templo para cumprirem as disposições da Lei, Simeão tomou-o nos braços e louvou a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo».

O pai e a mãe ficavam admirados com aquilo que diziam do menino. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe: «Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição — e a ti, uma espada traspassará tua alma! — e assim serão revelados os pensamentos de muitos corações».
Comentário: Chanoine Dr. Daniel MEYNEN (Saint Aubain, Namur, Blgica)
Agora, Senhor, deixas (...) teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação
Hoje, 29 de dezembro, celebramos o santo Rei Davi. Mas, é a toda a família de Davi que a Igreja quer honrar e especialmente ao mais ilustre de todos eles: a Jesus, o Filho de Deus, Filho de Davi! Hoje, nesse eterno “hoje” do Filho de Deus, a Antiga Aliança do tempo do Rei Davi realiza-se e cumpre-se em toda sua plenitude. Pois, como relata o Evangelho de hoje, o Menino Jesus é apresentado ao Templo por seus pais para cumprir com a Antiga Lei: «E quando se completaram os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram o menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Lc 2,22-23).

Hoje, eclipsa-se a velha profecia para dar passo à nova: Aquele, a quem o Rei Davi tinha anunciado ao entonar seus salmos messiânicos, entrou por fim no Templo de Deus! Hoje é o grande dia em que aquele que São Lucas chama Simeão logo abandonará este mundo de obscuridade para entrar na visão da Luz eterna: «Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo» (Lc 2,29-32).

Também nós, que somos o Santuário de Deus em que seu Espírito habita (cf. 1Cor 3,16), devemos ficar atentos para receber a Jesus no nosso interior. Se hoje temos a fortuna de comungar, peçamos a Maria, a Mãe de Deus que interceda por nós ante seu Filho: que morra o homem velho e que novo homem (cf) Col 3,10) nasça em todo nosso ser, a fim de converter-nos nos novos profetas, os que anunciem ao mundo inteiro a presença de Deus três vezes, Pai, Filho e Espírito Santo!

Como Simão, sejamos profetas pela morte do “homem velho”! Como disse o Papa João Paulo II «a plenitude do Espírito de Deus vem acompanhada (...) antes que nada pela disponibilidade interior que provém da fé. Disso, o ancião Simeão “homem justo e piedoso”, teve a intuição no momento da apresentação de Jesus no Templo».
Comentário: Rev. D. Joaquim MONRÓS i Guitart (Tarragona, Espanha)
Meus olhos viram a tua salvação
Hoje, contemplamos a Apresentação do Menino Jesus no Templo, cumprindo a prescrição da Lei de Moisés: purificação da mãe e apresentação e resgate do primogénito.

São Josemaria descreve esta situação no quarto mistério gozoso do seu livro O Santo Rosário, convidando-nos a fazer parte da cena: «E desta vez, meu amigo, hás-de ser tu a levar a gaiola das rolas. – Estás a ver? Ela – a Imaculada! – submete-se à Lei como se estivesse imunda. Aprenderás com este exemplo, menino tonto, a cumprir a Santa Lei de Deus, apesar de todos os sacrifícios pessoais?

«Purificação! Tu e eu, sim, que realmente precisamos de purificação! – Expiação e, além da expiação, o Amor. – Um amor que seja cautério: que abrase a sujidade da nossa alma, que incendeie, com chamas divinas, a miséria do nosso coração».

Vale a pena aproveitar o exemplo de Maria para “limpar” a nossa alma neste tempo do Natal, fazendo uma confissão sacramental sincera, para poder receber o Senhor com as melhores disposições. Assim, José apresenta a oferenda de um par de rolas, mas oferece principalmente a sua capacidade de realizar, com o seu trabalho e com o seu amor castíssimo, o plano de Deus para a Sagrada Família, modelo de todas as famílias.

Simeão recebeu do Espírito Santo a revelação de que não morreria sem ver Cristo. Vai ao Templo e, ao receber o Messias nos seus braços, cheio de alegria, diz-lhe: «Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação» (Lc 2,29-30). Neste Natal, contemplemos, com olhos de fé, Jesus que vem salvar-nos com o seu nascimento. Assim como Simeão entoou um cântico de ação de graças, alegremo-nos cantando diante do presépio, em família, e no nosso coração, pois sabemo-nos salvos pelo Menino Jesus.

PALAVRA DO PAPA - DIA 24 DE DEZEMBRO Á NOITE

O mundo necessita de ternura – o Papa na Missa da Noite de Natal

Papa Francisco - REUTERS
25/12/2014 09:38
O Papa Francisco celebrou na noite de dia 24 de dezembro a Missa da Vigília de Natal na Basílica de S. Pedro. Na sua homilia o Santo Padre afirmou que o mundo tem hoje necessidade de ternura e começou por sublinhar duas frases das leituras da liturgia. Uma de Isaías e outra de Lucas:

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles” (Is 9, 1).
“Um anjo do Senhor apareceu [aos pastores], e a glória do Senhor refulgiu em volta deles” (Lc 2, 9).
“É assim que a Liturgia desta santa noite de Natal nos apresenta o nascimento do Salvador” – continuou o Papa Francisco – “como luz que penetra e dissolve a mais densa escuridão.”
Segundo o Santo Padre também nós vamos à casa de Deus atravessando as trevas que envolvem a terra, mas guiados pela luz da fé que ilumina os nossos passos e animados pela esperança de encontrar a “grande luz” que é o milagre daquele “menino-sol” que é Jesus que veio ao mundo para iluminar as trevas – afirmou o Papa Francisco:
“A origem das trevas que envolvem o mundo perde-se na noite dos tempos. Pensemos no obscuro momento em que foi cometido o primeiro crime da humanidade, quando a mão de Caim, cego pela inveja, feriu de morte o irmão Abel (cf. Gn 4, 8). Assim, o curso dos séculos tem sido marcado por violências, guerras, ódio, prepotência.”
Mas Deus continuou a esperar pacientemente face à corrupção de homens e povo – observou o Santo Padre – tal como o pai da parábola do filho pródigo, à espera de vislumbrar ao longe o regresso do filho perdido.”
O Papa Francisco afirmou assim que “a mensagem que todos esperavam, que todos procuravam nas profundezas da própria alma, mais não era do que a ternura de Deus: Deus que nos fixa com olhos cheios de afeto, que aceita a nossa miséria, Deus enamorado da nossa pequenez.”
O Santo Padre declarou então que o Menino Jesus convida-nos a refletir: “Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-Lhe de aproximar-Se?”
“… temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficientes mas desprovidas do calor do Evangelho? Quão grande é a necessidade que o mundo tem hoje de ternura!”
A vida deve ser enfrentada com bondade, com mansidão – advertiu o Santo Padre – quando nos damos conta de que Deus Se enamorou da nossa pequenez, de que Ele mesmo Se faz pequeno para melhor nos encontrar, não podemos deixar de Lhe abrir o nosso coração – afirmou ainda o Papa Francisco que concluiu a sua homilia dizendo que a grande luz do presépio foi vista pelas “pessoas simples, dispostas a acolher o dom de Deus” e não pelos “arrogantes, os soberbos, aqueles que estabelecem as leis segundo os próprios critérios pessoais, aqueles que assumem atitudes de fechamento.”
O Santo Padre terminou a sua homilia dizendo: “Olhemos o presépio e façamos este pedido à Virgem Mãe: Ó Maria, mostrai-nos Jesus!” (RS)

PALAVRA DO PAPA

Testemunhar Jesus com coerência

Papa Francisco durante a alocução do Ângelus - RV
26/12/2014 01:51

26 de dezembro, Dia de Santo Estevão, Angelus do Papa Francisco na Praça de S. Pedro:

“...hoje a liturgia recorda o testemunho de Santo Estevão. Escolhido pelos Apóstolos juntamente com outros seis, para a diaconia da caridade na comunidade de Jerusalém, ele transforma-se no primeiro mártir da Igreja. Com o seu martírio, Estevão honra a vinda ao mundo do Rei dos reis, oferecendo-lhe o dom da sua própria vida. E, assim, mostra-nos como viver em plenitude o mistério do Natal.”

O Evangelho do dia retirado da narrativa de S. Mateus recorda uma parte do discurso de Jesus aos seus discípulos no momento em que os envia em missão. O Santo Padre citou-o no Angelus: “Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas quem tiver perseverado até ao fim será salvo”.

Estas palavras – continuou o Santo Padre – “não perturbam a celebração do Natal mas retiram-lhe aquele falso revestimento adocicado que não lhe pertence”. E apontou o caminho do cristão – declarou o Papa Francisco.

“... para acolher verdadeiramente Jesus na nossa existência e prolongar a alegria da Noite Santa, o caminho é aquele indicado por este Evangelho, ou seja, dar testemunho de Jesus na humildade, no serviço silencioso, sem medo de andar contra a corrente e de pagar pessoalmente”.

O Papa Francisco pediu especialmente a graça da coerência.

Neste nomento da sua mensagem antes da oração do Angelus o Santo Padre lançou uma intenção especial:

“Hoje rezamos em modo particular por quantos são discriminados pelo testemunho dado a Cristo. Gostaria de dizer a cada um deles: se levais esta cruz com amor, entrareis no mistério do Natal, sereis no coração de Cristo e da Igreja.”

“Rezemos ainda para que graças também ao sacrifício destes mártires de hoje, se reforce em todo o mundo o empenho para reconhecer e assegurar concretamente a liberdade religiosa, que é um direito inalienável de cada pessoa humana.”

Após a oração do Angelus o Papa Francisco renovou os seus votos de paz para as famílias, comunidades paroquiais e religiosas, para os movimentos e associações. Aproveito ainda a ocasião para agradecer as tantas mensagens de boas festas que lhe foram enviadas de todo o mundo.

O Santo Padre a todos desejou uma boa festa e um bom almoço e recordou que devem testemunhar Jesus com coerência, pois não devem ser cristãos com comportamento pagão.

(RS)

PALAVRA DO PAPA

Papa: O Senhor marca a diferença entre a liberdade e a escravidão

Papa Francisco e Comunidade Papa João XXIII - AP
20/12/2014 01:38
Na manhã deste sábado dia 20 de dezembro o Papa Francisco recebeu em audiência a Comunidade Papa João XXIII. Esta comunidade internacional fundada pelo Padre Oreste Benzi tem sede na cidade de Rimini em Itália e dedica-se a viver e promover a partilha direta com os mais carenciados” e a “trabalhar, de maneira não violenta em conformidade com a Doutrina Social da Igreja, para remover as causas que criam injustiças e marginalização”.
Numa Sala Paulo VI plena de alegria e entusiasmo mais de 7000 pessoas congregaram-se para cantar, celebrar e partilhar experiências e testemunhos com os últimos, indefesos e marginalizados da sociedade. As periferias da existência estiveram no Vaticano e saudaram efusivamente o Papa Francisco no seu ingresso na Sala.
O Santo Padre no discurso que lhes dirigiu afirmou que as histórias que ali foram contadas falam de escravidão e de libertação, falam do egoísmo de quantos pensam de construir a existência explorando os outros e da generosidade daqueles que ajudam:
“São experiências que metem luz às tantas formas de pobreza de que, infelizmente, está ferido o nosso mundo; e revelam a miséria mais perigosa, causa de todas as outras: a distância de Deus, a presunção de poder fazer sem Deus.”
Segundo o Papa Francisco é a presença do Senhor que marca a diferença entre a liberdade do bem e a escravidão do mal. A presença do Senhor alarga os horizontes e a fé move montanhas tal como o sabia bem D. Oreste Benzi, fundador da vossa comunidade – afirmou ainda o Santo Padre.
“Da missão de envolver os adolescentes e interessá-los na pessoa de Jesus, nasceu no servo de Deus D. Oreste Benzi a ideia de organizar para eles um encontro simpático com Cristo, ou seja, um encontro vital e radical com Ele como herói e amigo, mediante testemunhos de vida vivida que mostrassem em pleno a mensagem cristã, mas em modo alegre e mesmo brincalhão.”
O Papa Francisco concluiu o seu pequeno discurso pedindo que a Eucaristia seja o coração das Casas-Família da Comunidade Papa João XXIII presentes em 34 países. A todos os presentes desejou um Bom Natal pleno de amor e alegria. (RS)

PALAVRA DO I PAPA NO DIA DA SAGRADA FAMÍLIA

Oferecer calor humano: Papa Francisco na Festa da Sagrada Família

Papa Francisco - AFP
28/12/2014 01:07
Aos milhares de fiéis presentes na Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus neste primeiro domingo depois do Natal, o Papa Francisco começou por dizer que a Igreja nos convida a contemplar a Sagrada Família de Nazaré e que o evangelho nos apresenta a Virgem Maria e São José quando levam o Menino ao Templo de Jerusalém, 40 dias após o seu nascimento, em obediência à Lei de Moisés, que prescreve que o filho primogénito deve ser oferecido  ao Senhor.
Esta pequena família, disse o Papa, no meio de tanta gente, nos grandes corredores do templo, não se se destaca aos olhos, não se distingue e entretanto não passa despercebida.
Dois idosos, Simeão e Ana, movidos pelo Espírito Santo, aproximam-se e começam a louvar a Deus por aquela criança, no qual reconhecem o Messias, a luz das nações e salvação de Israel. É um momento simples, mas rico de profecia: o encontro entre dois jovens esposos cheios de alegria e fé pelas graças do Senhor e dois anciãos também eles cheios de alegria e fé pela acção do Espírito.
E quem os faz encontrar? se interroga o Papa. É Jesus, responde:
Jesus é Aquele que aproxima as gerações. É a fonte daquele amor que une as famílias e as pessoas, vencendo qualquer desconfiança, qualquer  isolamento, qualquer distância. E isto nos faz pensar também nos avós: quanto é importante a sua presença! Quanto é precioso o seu papel nas famílias e na sociedade! A boa relação entre os jovens e os idosos é fundamental para o caminho da comunidade civil e eclesial.
E olhando para as figuras dos velhões Simeão e Ana, o Papa pediu uma saudação a todos os avós do mundo. A mensagem que nos vem da Sagrada Família é antes de tudo uma mensagem de fé, continuou o Papa. Na vida familiar de Maria e José, Deus está verdadeiramente no centro, e também a pessoa de Jesus, e é por isso que Família de Nazaré é santa, porque está centrada em Jesus, explicou acrescentando que quando pais e filhos respiram juntos este clima de fé, possuem uma energia que lhes permite enfrentar mesmo as provações difíceis, como mostra a experiência da Sagrada Família, por exemplo, no caso dramático da fuga para o Egito.
O Menino Jesus com Maria sua Mãe e São José são um ícone familiar simples mas tão luminoso. A luz que ele irradia é luz de misericórdia e salvação para o mundo inteiro, luz de verdade para cada homem, para a família humana e para cada família individual. Esta luz que vem da Sagrada Família nos encoraja a oferecer calor humano naquelas situações familiares em que, por várias razões, falta a paz, a harmonia e o perdão.
E a todos o Papa pediu  solidariedade concreta especialmente para as famílias que vivem em situações muito difíceis pelas doenças, a falta de emprego, as discriminações, a necessidade de emigrar … E pediu para que em silêncio cada qual reze por estas famílias em dificuldades tendo em seguida convidado todos a recitar o Ave Maria:
Ave Maria …
E confiou a Maria, Rainha das famílias, todas as famílias do mundo, para que possam viver na fé, na concórdia, na ajuda mútua, tendo invocado sobre elas a protecção maternal daquela que foi mãe e filha do  seu Filho.
Depois do Angelus o Papa dirigiu um pensamento particular aos passageiros do avião malaio desaparecido e os navios acidentados no mar Adriático:
O meu pensamento neste momento vai aos passageiros do avião malaio que desapareceu durante o voo entre a Indonésia e Singapura e também aos passageiros dos navios em trânsito nas últimas horas nas águas do mar Adriático que tiveram alguns acidentes. Estou próximo deles com afecto e a oração aos familiares e a quantos vivem com apreensão e sofrimento estas situações difíceis, e a quantos estão empenhados nas operações de socorro.
E por fim o Papa saudou cordialmente a todas as famílias presentes na Praça pedindo para que a Sagrada Família as bendiga e as guie no seu caminho. E  concluiu pedindo para que continuem a rezar por ele e desejando bom domingo e bom almoço a todos. (BS)