quinta-feira, 30 de outubro de 2014

PALAVRA DO PAPA

Na audiência geral o Papa faz apelo à comunidade internacional perante o agravar-se da epidemia - Todos os esforços para debelar o ébola

2014-10-29 L’Osservatore Romano
O Papa está próximo com afecto e com a oração das pessoas atingidas pelo ébola e de quantos «se prodigalizam heroicamente para socorrer estes nossos irmãos e irmãs doentes». Na audiência geral de 29 de Outubro, Francisco voltou a exprimir a sua «viva preocupação para com esta doença implacável» que se está a difundir especialmente na África, «sobretudo entre as populações mais carenciadas». E lançou um novo apelo à comunidade internacional a fim de que se comprometa para debelar o vírus e aliviar «os sofrimentos de quantos são provados tão duramente». Enfim, convidou os fiéis presentes na praça de São Pedro para o encontro de quarta-feira a rezar «por quantos perderam a vida», pelos contagiados e por todos os que os curam.
Precedentemente, o Pontífice tinha dedicado a catequese à relação entre a realidade visível e a espiritual da Igreja, estigmatizando «o mau exemplo» dos cristãos que podem tornar-se «motivo de escândalo» perante os outros. «Quando nos referimos à Igreja – explicou – o pensamento dirige-se imediatamente para as nossas comunidades e estruturas nas quais estamos acostumados a reunir-nos e, obviamente, também para a componente e figuras mais institucionais que a governam». Por esta razão, prosseguiu, é necessário questionar-se sobre «como a realidade visível» da Igreja pode pôr-se ao serviço daquela espiritual. Mais uma vez o modelo é Cristo, que «se serviu da sua humanidade para anunciar e realizar o desígnio de redenção e de salvação».
Assim – afirmou o Papa – deve ser também para a Igreja, a qual «através da sua realidade visível, dos sacramentos e do testemunho de todos nós cristãos está chamada todos os dias a aproximar-se de cada homem, a partir dos pobres, de quem sofre ou é marginalizado».
Infelizmente, admoestou, «muitas vezes como Igreja fazemos a experiência da nossa fragilidade e dos nossos limites. Todos temos. Todos somos pecadores. Ninguém pode dizer: eu não sou pecador». E «esta fragilidade, estes limites, estes nossos pecados, é justo que nos provoquem um grande sofrimento, sobretudo quando damos um mau exemplo e nos damos conta de ser motivo de escândalo». Há pessoas, por exemplo, que vão «sempre à Igreja mas falam mal de todos». Uma atitude – advertiu o Pontífice – que «não é cristã, é um mau exemplo: é um pecado. E assim nós damos um mau exemplo», a ponto de impelir alguém a afirmar: «Se ele ou ela é cristão, eu torno-me ateu».
O nosso testemunho, ao contrário, deveria «fazer compreender o que significa ser cristão». Portanto, o convite a «não ser motivo de escândalo» e a invocar «o dom da fé, para que possamos compreender como, não obstante a nossa pequenez e pobreza, o Senhor nos tornou deveras sinal visível do seu amor por toda a humanidade».

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