2014-10-10 L’Osservatore Romano
É sempre meritório falar do e estudar o Concílio Vaticano II que — para o dizer como são João Paulo II — para a Igreja católica permanece um horizonte válido para enfrentar o terceiro milénio. Por isso, é apreciável esforço de Luigi Sandri que, aos concílios e em particular ao Vaticano II, dedicou uma vasta obra de mais de mil páginas. Folheando o volume, intitulado Dal Gerusalemme I al Vaticano III (Trento, Il Margine, 2013, 1.080 páginas), nota-se o esforço do autor para introduzir o leitor num mundo pouco conhecido mas importante para compreender as raízes da vida cristã e como nos séculos os crentes em Jesus procuraram sempre o modo de encarnar a sua fé na evolução dos tempos.

Sandri não esconde a perspectiva da qual se põe nesta revisitação; com efeito, lê-se no subtítulo do volume «I concili nella storia tra Vangelo e potere». Na realidade, uma boa parte do texto é dedicada à preparação, à realização e à aplicação do Concílio Vaticano II, considerado a pedra miliária, um divisor de águas na história bimilenária do cristianismo. E isto não tanto por uma diversidade intrínseca do Vaticano II em relação aos outros concílios, que de certa forma o autor também releva, como sobretudo pelo contexto que acompanhou a preparação, a celebração e a aplicação deste último concílio.
Com efeito, nenhuma assembleia conciliar tinha sido tão numerosa e acompanhada por uma opinião pública tão vasta de crentes e não-crentes. Os anos 60 de Novecentos foram um período irrepetível sob muitos aspectos, levando a aumentar a distância da época precedente, com grandes transformações científicas, técnicas (pensemos na chegada do homem à lua), políticas e económicas (pensemos no fim do colonialismo). E em especial na constatação de que o concílio se celebrava podendo contar com meios de comunicação de massa inimagináveis nos séculos passados. (cdc)
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