terça-feira, 19 de agosto de 2014

O PAPA NA CORÉIA

O Papa Francisco concluiu a visita à Coreia indicando a todo o continente um futuro de reconciliação e paz ·

Para a Coreia que há mais de sessenta anos vive «uma experiência de divisão e conflito», e para toda a Ásia, o Papa Francisco vê no horizonte «novas oportunidades de diálogo, de encontro e de superação das diferenças». E, na conclusão da sua terceira viagem fora dos confins italianos, lançou uma mensagem que une realismo e esperança: mesmo quando cada perspectiva humana parece «não percorrível e às vezes até repugnante» – garante durante a missa celebrada na catedral de Seul na manhã de segunda-feira, 18 de Agosto, pouco antes de deixar a Coreia e voltar para o Vaticano – é possível compreender que «o perdão é a porta da reconciliação» capaz de «superar cada divisão, curar todas as feridas e restabelecer os vínculos originais de amor fraterno».
Uma convicção que, na visão de Francisco, se baseia na «tenacidade da paciência» e no trabalho minucioso de uma diplomacia livre de «recriminações, críticas inúteis e demonstrações de força», como frisou diante das autoridades políticas coreanas desde a sua chegada na manhã de quinta-feira, 14. Sem esquecer que num mundo cada vez mais globalizado a paz passa também através de um desenvolvimento económico à medida do homem, atento aos mais vulneráveis e capaz de pôr um limite ao «espírito de competição desenfreada que – advertiu na missa da solenidade da Assunção – gera egoísmo e conflitos».
O Pontífice chamou os cristãos ao compromisso de oferecer um contributo original, através de um «testemunho profético» que beneficie toda a sociedade. E recordou aos bispos coreanos que a Igreja deve evitar a tentação do «bem-estar espiritual» que afasta os pobres das suas portas. E ofereceu aos prelados do continente uma iluminadora lição de diálogo, convidando-os a não «se esconder por detrás de respostas fáceis, frases feitas, leis e regulamentos», mas a aproximar-se dos outros com espírito livre e aberto. Tendo presente que os cristãos não agem como «conquistadores» mas desejam caminhar ao lado de cada homem para mostrar que a unidade – como recordou aos jovens protagonistas da sexta jornada da juventude asiática, reunidos no santuário de Solmoe – «não destrói a diversidade mas reconhece-a, reconcilia-a e enriquece-a». 
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