segunda-feira, 30 de junho de 2014

DOCUMENTO DE APARECIDA CAPITULO 02 EM PARTES


94. Como Igreja que assume a causa dos pobres, estimulamos a participação dos indígenas e afroamericanos
na vida eclesial Vemos com esperança o processo de inculturação discernido à luz do
magistério. É prioritário fazer traduções católicas da Bíblia e dos textos litúrgicos nos idiomas desses
povos. Necessita-se, igualmente, promover mais as vocações e os ministérios ordenados procedentes
destas culturas.

95. Nosso serviço pastoral à vida plena dos povos indígenas exige que anunciemos a Jesus Cristo e a
Boa Nova do Reino de Deus, denunciemos as situações de pecado, as estruturas de morte, a
violência e as injustiças internas e externas e fomentemos o diálogo intercultural, interreligioso e
ecumênico. Jesus Cristo é a plenitude da revelação para todos os povos e o centro fundamental de
referência para discernir os valores e as deficiências de todas as culturas, incluindo as indígenas. Por
isso, o maior tesouro que podemos oferecer a eles é que cheguem ao encontro com Jesus Cristo
ressuscitado, nosso salvador. Os indígenas que já receberam o Evangelho, como discípulos e
missionários de Jesus Cristo, são chamados a viver com imensa alegria sua realidade cristã, a explicar
a razão de sua fé em meio a suas comunidades e a colaborar ativamente para que nenhum povo
indígena da América Latina renegue sua fé cristã, mas ao contrário, sintam que em Cristo encontram
o sentido pleno de sua existência.

96. A história dos afro-americanos tem sido atravessada por uma exclusão social, econômica, política
e, sobretudo, racial, onde a identidade étnica é fator de subordinação social. Atualmente, são
discriminados na inserção do trabalho, na qualidade e conteúdo da formação escolar, nas relações
cotidianas e, além disso, existe um processo de ocultamento sistemático de seus valores, história,
cultura e expressões religiosas. Permanece, inclusive, nos imaginários coletivos uma mentalidade e
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um olhar colonial com respeito aos povos originários e afro-americanos. Desse modo, descolonizar as
mentes, o conhecimento, recuperar a memória histórica, fortalecer os espaços e relacionamentos

inter-culturais, são condições para a afirmação da plena cidadania destes povos.

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