quarta-feira, 25 de junho de 2014

DOCUMENTO DE APARECIDA CAPITULO 02 EM PARTES



76. Depois de uma época de debilidade dos Estados devido a aplicação de ajustes estruturais na
economia, por recomendação de organismos financeiros internacionais, olha-se, atualmente, com
bons olhos um esforço por parte dos Estados em definir e aplicar políticas públicas nos campos da
saúde, educação, segurança alimentar, previdência social, acesso à terra e à moradia, promoção
eficaz da economia para a criação de empregos e leis que favorecem as organizações solidárias.
Tudo isto mostra que não pode existir democracia verdadeira e estável sem justiça social, sem
divisão real de poderes e sem a vigência do Estado de direito25.
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77. Cabe assinalar como um grande fator negativo, o recrudescimento da corrupção na sociedade e
no Estado em boa parte da região, envolvendo os poderes legislativos e executivo em todos os seus
níveis, alcançando também o sistema judicial. Este, muitas vezes, inclina seu juízo a favor dos
poderosos e gera impunidade, o que coloca em sério risco a credibilidade das instituições públicas e
aumenta a desconfiança do povo, fenômeno que se une a um profundo desprezo pela legalidade. Em
amplos setores da população e particularmente entre os jovens cresce o desencanto pela política e
particularmente pela democracia, pois as promessas de uma vida melhor e mais justa não se
cumpriram ou se cumpriram só pela metade. Neste sentido, esquece-se de que a democracia e a
participação política é fruto da formação que se faz realidade somente quando os cidadãos são
conscientes de seus direitos fundamentais e de seus deveres correspondentes.

78. A vida social em convivência harmônica e pacífica está se deteriorando gravemente em muitos
países da América Latina e do Caribe pelo crescimento da violência, que se manifesta em roubos,
assaltos, seqüestros, e o que é mais grave, em assassinatos que a cada dia destroem mais vidas
humanas e enchem de dor as famílias e a sociedade inteira. A violência se reveste de várias formas e
tem diversos agentes: o crime organizado e o narco-tráfico, grupos paramilitares, violência comum
sobretudo na periferia das grandes cidades, violência de grupos de jovens e crescente violência intrafamiliar.
Suas causas são múltiplas: a idolatria elo dinheiro, o avanço de uma ideologia individualista
e utilitarista, a falta de respeito pela dignidade de cada pessoa, a deterioração do tecido social, a
corrupção inclusive nas forças de ordem e a falta de políticas públicas de equidade social

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