76.
Depois de uma época de debilidade dos Estados devido a aplicação de ajustes
estruturais na
economia,
por recomendação de organismos financeiros internacionais, olha-se, atualmente,
com
bons
olhos um esforço por parte dos Estados em definir e aplicar políticas públicas
nos campos da
saúde,
educação, segurança alimentar, previdência social, acesso à terra e à moradia,
promoção
eficaz
da economia para a criação de empregos e leis que favorecem as organizações
solidárias.
Tudo
isto mostra que não pode existir democracia verdadeira e estável sem justiça
social, sem
divisão
real de poderes e sem a vigência do Estado de direito25.
20
77.
Cabe assinalar como um grande fator negativo, o recrudescimento da corrupção na
sociedade e
no
Estado em boa parte da região, envolvendo os poderes legislativos e executivo
em todos os seus
níveis,
alcançando também o sistema judicial. Este, muitas vezes, inclina seu juízo a
favor dos
poderosos
e gera impunidade, o que coloca em sério risco a credibilidade das instituições
públicas e
aumenta
a desconfiança do povo, fenômeno que se une a um profundo desprezo pela
legalidade. Em
amplos
setores da população e particularmente entre os jovens cresce o desencanto pela
política e
particularmente
pela democracia, pois as promessas de uma vida melhor e mais justa não se
cumpriram
ou se cumpriram só pela metade. Neste sentido, esquece-se de que a democracia e
a
participação
política é fruto da formação que se faz realidade somente quando os cidadãos
são
conscientes
de seus direitos fundamentais e de seus deveres correspondentes.
78.
A vida social em convivência harmônica e pacífica está se deteriorando
gravemente em muitos
países
da América Latina e do Caribe pelo crescimento da violência, que se manifesta
em roubos,
assaltos,
seqüestros, e o que é mais grave, em assassinatos que a cada dia destroem mais
vidas
humanas
e enchem de dor as famílias e a sociedade inteira. A violência se reveste de
várias formas e
tem
diversos agentes: o crime organizado e o narco-tráfico, grupos paramilitares,
violência comum
sobretudo
na periferia das grandes cidades, violência de grupos de jovens e crescente
violência intrafamiliar.
Suas
causas são múltiplas: a idolatria elo dinheiro, o avanço de uma ideologia
individualista
e
utilitarista, a falta de respeito pela dignidade de cada pessoa, a deterioração
do tecido social, a
corrupção
inclusive nas forças de ordem e a falta de políticas públicas de equidade
social
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