62.
Conduzida por uma tendência que privilegia o lucro e estimula a
competitividade, a globalização
segue
uma dinâmica de concentração de poder e de riqueza em mãos de poucos.
Concentração não
só
dos recursos físicos e monetários, mas sobretudo de informação e dos recursos
humanos, o que
produz
a exclusão de todos aqueles não suficientemente capacitados e informados,
aumentando as
desigualdades
que marcam tristemente nosso continente e que mantêm na pobreza uma multidão
de
pessoas. O que existe hoje é a pobreza de conhecimento e do uso e acesso a
novas tecnologias.
Por
isso é necessário que os empresários assumam sua responsabilidade de criar mais
fontes de
trabalho
e de investir nas regiões mais pobres com o objetivo de contribuir para seu
desenvolvimento.
63.
Porém, está claro que o predomínio desta tendência não têm eliminado a
possibilidade de se
formar
pequenas e médias empresas. Elas se associam ao dinamismo exportador da
economia,
prestam-lhe
serviços colaterais ou aproveitam nichos específicos do mercado interno. No
entanto,
sua
fragilidade econômica e financeira e a pequena escala em que se desenvolvem,
tornam-nas
extremamente
vulneráveis frente às taxas de juros, ao risco do câmbio, aos custos
previsionais e a
variação
nos preços de seus insumos. A debilidade destas empresas se associa à
precariedade do
emprego
que estão em condições de oferecer. Sem uma política de proteção específica dos
estados a
elas,
corre-se o risco de que as economias dos grandes consórcios termine por se
impor como a única
forma
determinante do dinamismo econômico.
64.
É por isso que, frente a esta forma de globalização, sentimos um forte chamado
para promover
uma
globalização diferente, que esteja marcada pela solidariedade, pela justiça e
pelo respeito aos
direitos
humanos, fazendo da América Latina e do Caribe não só o continente da
esperança, mas
também
o continente do amor, como propôs SS. Bento XVI no Discurso Inaugural desta
Conferência.
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