40.
Entre os pressupostos que enfraquecem e menosprezam a vida familiar encontramos
a ideologia
de
gênero, segundo a qual cada um pode escolher sua orientação sexual, sem levar
em consideração
as
diferenças dadas pela natureza humana. Isto tem provocado modificações legais
que ferem
gravemente
a dignidade do matrimônio, o respeito ao direito à vida e a identidade da
família.
41.
Por esta razão, os cristãos precisam recomeçar a partir de Cristo, a partir da
contemplação de
quem
nos revelou em seu mistério a plenitude do cumprimento da vocação humana e de
seu
sentido.
Necessitamos nos fazer discípulos dóceis, para aprende d’Ele, em seu
seguimento, a
dignidade
e a plenitude de vida. E necessitamos, ao mesmo tempo, que o zelo missionário
nos
consuma
para levar ao coração da cultura de nosso tempo aquele sentido unitário e
completo da
vida
humana que nem a ciência, nem a política, nem a economia nem os meios de
comunicação
poderão
proporcionar. Em Cristo Palavra, Sabedoria de Deus (cf. 1 Cor 1,30), a cultura
pode voltar a
encontrar
seu centro e sua profundidade, a partir de onde é possível olhar a realidade no
conjunto
de
todos seus fatores, discernindo-os à luz do Evangelho e dando a cada um seu
lugar e sua
dimensão
adequada.
42.
Como nos disse o Papa em seu discurso inaugural: “só quem reconhece a Deus,
conhece a
realidade
e pode responder a ela de modo adequado e realmente humano”21. A sociedade que
coordena
suas atividades tão somente com informação, acredita que pode operar de fato
como se
Deus
não existisse. Mas a eficácia dos procedimentos conseguida mediante informação,
ainda que
com
as tecnologias mais desenvolvidas, não consegue satisfazer o desejo de
dignidade inscrito no
mais
profundo da vocação humana. Por isso, não basta supor que a mera diversidade de
pontos de
vista,
de opções e, finalmente, de informações, que costuma receber o nome de pluri ou
multiculturalidade,
resolverá a ausência de um significado unitário para tudo o que existe. A
pessoa
humana
é, em sua própria essência, aquele lugar da natureza para onde converge a
variedade dos
significados
em uma única vocação de sentido. As pessoas não se assustam com a diversidade.
O que
de
fato as assusta é não conseguir reunir o conjunto de todos estes significados
da realidade em uma
compreensão
unitária que lhes permita exercer sua liberdade com discernimento e
responsabilidade.
A
pessoa sempre procura a verdade de seu ser, visto que é esta verdade que
ilumina a realidade de
tal
modo que possa se desenvolver nela com liberdade e alegria, com gozo e
esperança.
2.1.1
Situação Sócio-cultural
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