“Tudo o que chega, chega sempre por alguma
razão” (Fernando Pessoa). E essa deve ser a mais dura e cruel
duvida. Perguntamos por que chegou e porque se foi; quais as razões de ter
vindo e as razões para ir embora; e se chegou por que ir se poderia ficar mais
tempo? Isso acontece em todos os momentos da vida de uma pessoa. Quando
nascemos e quando morremos; quando nos apaixonamos e quando a paixão termina;
quando se junta e quando se dispersa. A vida é cercada de partidas e despedidas
e elas acontecem todos os dias e pode estar acontecendo agora na sua vida. O
verão chega e vai e logo vem o outono para poder vir o inverno. São ciclos
necessários da natureza. Jesus morreu para conhecermos a ressurreição que é uma
nova vida (plena), o maior exemplo de partida e uma nova chegada cercada de
novos sentidos e valores para a humanidade; Assim é também a vida do João
que parte para longe para poder dar uma vida melhor para a família o que não é
necessariamente uma partida mas uma esperança de uma existência melhor para sua
família.
Nós, freis, Alberto e Mauricio estaremos
indo embora de Dracena seguindo a meu ver o mesmo ritmo dos exemplos que dei
acima. Um dia chegamos por alguma razão e estaremos indo embora também por
alguma razão. Acho que quem da
razão do tempo que passamos aqui em Dracena como freis da Paróquia Nossa
Senhora Aparecida são as pessoas que
passaram por nossas vidas, nas missas, nas reuniões, formações, no atendimento
pastoral, nas visitas aos doentes, nas bênçãos, nos sacramentos sobretudo no
sacramento da reconciliação e em mais uma centena de momentos. São as crianças,
jovens e os mais velhos que sempre receberam a atenção desejada e o nosso
carinho. São as pastorais, movimentos e grupos que se reuniram para dinamizar a
nossa Igreja.
Aconteceram
muitos acertos e quando acertamos todo mundo acerta junto, afinal formamos uma
comunidade, mas não posso ser ingênuo e esquecer que também tivemos
muitos erros, mas como dizem , errar é humano. Porém não posso deixar de
olhar para os que erram e agradecer á Deus por nos dar a oportunidade de
perdoá-los e não somente eles mas os que nos julgam e nos analisam pelos
erros cometidos. Dizem
que William Shakespeare disse um dia: “não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso”. E se não
serve o Shakespeare basta para nós Jesus Cristo que no alto da cruz pediu para
o Pai perdoar aqueles que o crucificaram.
A razão de
termos vindo aqui foi Jesus Cristo e a razão de estarmos partindo também é
Jesus Cristo e a missão que recebemos como frades
menores capuchinhos. Chegadas e partidas fazem parte da nossa vida de frades,
mas não se iludam, sentimos as mesmas dores dos amigos que deixamos, porque
temos compaixão, a mesma paixão, os mesmos sentimentos, as mesmas buscas, as mesmas
dúvidas, e as mesmas perguntas.
FREI MAURICIO |
MUITÍSSIMO OBRIGADO !
Frei Alberto
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