sexta-feira, 1 de novembro de 2013

FINADOS : A DOR DA PERDA E A CONSOLAÇÃO EM CRISTO

 Frei Alberto Pegoraro

Não sei se existe uma dor maior do que a dor da perda de um ente querido. É disso que eu gostaria de escrever hoje. Quem já não sentiu tamanha dor? Se você ainda não sabe o que é isso, sorte sua, viu. Mas quando nos deparamos com a morte de quem gostamos somos obrigados, até pela nossa sobrevivência ir buscar  no mais intimo do nosso ser uma força maior do que a morte. E é isso mesmo: Somente uma força maior do que a morte pode nos socorrer num momento de perda, e essa força vem da consolação em Cristo.  Eu já passei por isso pelo menos duas vezes: Quando perdi meu pai que era mais que um pai, era sim um amigo e mais recentemente, há três anos, perdi meu irmão, meu único irmão de sangue, depois de quase dez anos lutando com ele contra a bebida. Nesse caso ganhei definitivamente o meu irmão para depois perdê-lo para uma dessas doenças oportunistas que surgem. Nós padres atendemos muitas pessoas que vem até nós em busca de uma resposta para a perda de um ente querido. E qual é nossa decepção quando vemos que para isso não existem palavras capazes de apaziguar o coração doloroso e ferido de alguém que perdeu alguém. Acho que nós gostaríamos que as pessoas que amamos fossem perpétuas, mesmo com dores e doenças, ou que pudéssemos imortalizá-las no sentido material da palavra, ou seja, que elas nunca fossem embora. Mas,  a mais real das situações bate em nossas portas, e às vezes nem dá sinal. Você já viu um ladrão avisar que vem para te roubar? Então, a morte age tal como esse ladrão e nos leva o que temos de mais precioso. O mais duro da morte é que ela leva a pessoa que amamos e ela não voltara mais para o nosso convívio. É uma viagem sem volta!  E quantas lágrimas serão derramadas em público ou no silencio do nosso quarto até que essa ferida venha cicatrizar. Olha, eu vou te dar um conselho de irmão: chore bastante até quando você não quiser mais chorar. “No meu caso o choro funcionou como um antídoto, remédio contra o veneno da morte ejetado em minha alma pela morte do pai e do irmão”.  E não me venham com aquela conversa de que homem não chora, e não queira ser o herói ou heroína fazendo-se de durões. Até Jesus chorou a morte de seu amigo Lázaro: você conhece essa passagem do evangelho?  Penso que para nós cristãos existem duas respostas:  primeira:  Aquele que se foi vai ressuscitar um dia como Jesus Cristo prometeu, e hoje dia de finados é o pensamento que quero nutrir na minha alma,  e a segunda: A morte pode levar a pessoa que amamos, mas nunca vai apagar o amor que sentimos por ela como bem lembrou-me um dia uma pessoa que atendi aqui na Igreja Matriz de Dracena: “São duas forças que a morte ainda não conseguiu vencer: a ressurreição e o amor” . O fato é que sofremos porque amamos! Vamos fazer o seguinte: Hoje, quando você for ao cemitério ou na missa pelos fiéis defuntos, DIGA CALMAMENTE PARA JESUS: Quero acreditar que o céu estava precisando de alguém tão importante e especial e espero que o Senhor cuide muito bem dele (a). E depois dê a partida no carro da sua existência e continue caminhando, pois a estrada pode ser longa. 

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