sábado, 23 de agosto de 2014

EVANGELHO DESTE SABADO DIA 23 DE AGOSTO

Dia Litúrgico: Sábado XX do Tempo Comum
Evangelho (Mt 23,1-12): Naquele tempo, Jesus falou às multidões e aos discípulos:«Os escribas e os fariseus sentaram-se no lugar de Moisés para ensinar. Portanto, tudo o que eles vos disserem, fazei e observai, mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo. Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros, usam faixas bem largas com trechos da Lei e põem no manto franjas bem longas. Gostam do lugar de honra nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, de serem cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de "Rabi".

»Quanto a vós, não vos façais chamar de "Rabi", pois um só é vosso Mestre e todos vós sóis irmãos. Não chameis a ninguém na terra de "Pai", pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. Não deixeis que vos chamem de "Guia", pois um só é o vosso Guia, o Cristo. Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado».
Comentário: Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado
Hoje, Jesus Cristo chama-nos novamente à humildade, é um convite para situarmos no lugar certo, que nos pertence: «Quanto a vós, não vos façais chamar de ‘rabi’, (...). Não chameis a ninguém na terra de ‘pai’, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. Não deixeis que vos chamem de ‘guia’, pois um só é o vosso Guia, o Cristo» (Mt 23,8-10). Antes de nos apropriar de todos esses títulos, procuremos dar graças a Deus, por tudo o que temos e que recebemos dele.
Como diz São Paulo, «Que tens que não tenhas recebido? Mas, se recebeste tudo que tens, por que, então, te glorias, como se não o tivesses recebido?» (I Cor 4,7). De maneira que, quando tenhamos consciência de ter agido corretamente, faremos bem em repetir: «Somos simples servos, fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17,10).

O homem moderno padece de uma lamentável amnésia: vivemos e agimos como se fôssemos, nós mesmos, os autores da vida e os criadores do mundo. Ao contrário disto, Aristóteles provoca admiração, ele quem na sua teologia natural —desconhecia o conceito de "criação" (noção conhecida naqueles tempos somente pela Divina Revelação), ao menos, tinha claro que este mundo dependia da Divindade (a "causa incausada"). João Paulo II chama-nos a conservar a memória da dívida que temos contraída com nosso Deus: «É preciso que o homem dê honra ao Criador, oferecendo-lhe, em ação de graças e louvores, tudo o que dele tem recebido. O homem não pode perder o sentido desta dívida, que somente Ele, dentre todas as outras realidades terrestres, pode reconhecer».

Alem do mais, pensando na vida sobrenatural, nossa colaboração — Ele não fará nada sem nossa autorização, sem nosso esforço!— consiste em não perturbar o trabalho do Espírito Santo: Deixar Deus fazer! Que a santidade não a "fabricamos" nós, mas Ele a outorga, Ele que é Mestre, Pai e Guia. Em todo caso, se acreditamos que somos e temos algo, esforcemo-nos em colocá-lo ao serviço dos outros: «o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve» (Mt 23,11).

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

EVANGELHO DESTA SEXTA FEIRA DIA 22 DE AGOSTO

Dia Litúrgico: Sexta-feira da 20ª semana do Tempo Comum
Evangelho (Mt 22,34-40): Naquele tempo, os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então se reuniram, e um deles, um doutor da Lei, perguntou-lhe, para experimentá-lo: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». Ele respondeu: «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento! Esse é o maior e o primeiro mandamento. Ora, o segundo lhe é semelhante: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos».
Comentário: Rev. D. Pere CALMELL i Turet (Barcelona, Espanha)
Amarás o Senhor, teu Deus (...)Amarás teu próximo
Hoje, o Mestre da Lei pergunta a Jesus: «Qual é o mandamento mais importante da Lei?» (Mt 22,36), o mais importante, o primeiro. A resposta, porém, fala do primeiro mandamento e do segundo, que lhe «é semelhante» (Mt 22,39). Dois elos inseparáveis, que são uma coisa só. Inseparáveis, mas uma primeira e outra segunda, uma de ouro, outra de prata. O Senhor nos leva ao âmago da catequese cristã, porque «toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos» (Mt 22,40). 

Eis aqui a razão de ser do comentário clássico sobre as duas madeiras da Cruz do Senhor: a que está fincada na terra é a verticalidade, que olha na direção do Céu, a Deus. O transverso representa a horizontalidade, a relação com nossos iguais. Também nesta imagem há um primeiro e um segundo. A horizontalidade estaria em nível da terra, se antes não possuíssemos uma haste na vertical e, quando mais queremos elevar o nível dos nossos serviços aos nossos semelhantes —a horizontalidade— mais elevado deve ser nosso amor a Deus. Do contrário, virá facilmente o desânimo, a inconstância, a exigência de compensações quaisquer que elas sejam. Disse S. João da Cruz: «Quanto mais ama uma alma, mais perfeita é naquilo que ama; daqui que essa alma, que já é perfeita, toda ela é amor e, todas suas ações são amor». 

De fato, nos santos que conhecemos vemos como o amor a Deus, que sabem manifestar-lhe de muitas maneiras, lhes outorga uma grande iniciativa no momento de ajudar o próximo. Peçamos hoje à Virgem Santíssima que nos encha de desejo de surpreender ao Nosso Senhor com obras e palavras de afeto. Assim nosso coração será capaz de descobrir como surpreender com algum detalhe simpático aos que vivem e trabalham ao nosso lado e, não somente fazer isso nos dias assinalados, que isso todos sabem como agir. Surpreender!: Forma prática de pensar menos em nós mesmos.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

EVANGELHO DESTA QUINTA FEIRA DIA 21 DE AGOSTO

Dia Litúrgico: Quinta-feira da 20ª semana do Tempo Comum
Evangelho (Mt 22,1-14): Naquele tempo, Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, dizendo: «O Reino dos Céus é como um rei que preparou a festa de casamento do seu filho. Mandou seus servos chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram vir. Mandou então outros servos, com esta ordem: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’. Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para seu campo, outro para seus negócios, outros agarraram os servos, bateram neles e os mataram. O rei ficou irritado e mandou suas tropas matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles.
»Em seguida, disse aos servos: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. Portanto, ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’. Os servos saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. Quando o rei entrou para ver os convidados, observou um homem que não estava em traje de festa, e perguntou-lhe: ‘Meu caro, como entraste aqui sem o traje de festa?’. Mas o homem ficou sem responder. Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e lançai-o fora, nas trevas! Ali haverá choro e ranger de dentes’. Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos».
Comentário: Rev. D. David AMADO i Fernández (Barcelona, Espanha)
Já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!
Hoje, a parábola evangélica nos fala do banquete do Reino. É uma figura recorrente na predicação de Jesus. Trata-se dessa festa de casamento que acontecerá ao final dos tempos e que será a união de Jesus com a sua Igreja. Ela é a esposa de Cristo que caminha pelo mundo, mas que vai se unir finalmente ao seu Amado para sempre. Deus Padre tem preparado essa festa e quer que todos os homens assistam a ela. Por isso diz a todos os homens: «Vinde para a festa!» (Mt 22,4).
A parábola, no entanto, tem um desenvolvimento trágico, pois muitos, «não deram a menor atenção: um foi para seu campo, outro para seus negócios... » (Mt 22,5). Por isso, a misericórdia de Deus vai se dirigindo a pessoas cada vez mais distantes. É como um noivo que vai se casar e convida a seus familiares e amigos, mas eles não querem assistir; chama depois a conhecidos e colegas de trabalho e vizinhos, mas todos dão desculpas; finalmente convida qualquer pessoa que encontra, pois tem preparado um banquete e quer que hajam convidados na mesa. Algo parecido acontece com Deus.

Mas também, os diferentes personagens que aparecem na parábola podem ser imagem dos estados da nossa alma. Pela graça batismal somos amigos de Deus e coerdeiros com Cristo: temos um lugar reservado no banquete. Se esquecermos nossa condição de filhos, Deus passa a nos tratar como conhecidos, mas continua nos convidando. Se deixarmos morrer em nós a graça, convertemo-nos em gente do caminho, transeuntes sem oficio nem beneficio sob as coisas do Reino. Mas Deus segue chamando.

A chamada chega a qualquer momento. É por convite. Ninguém tem direito. É Deus quem presta atenção em nós e diz: «Vinde para a festa!». E o convite há de ser aceito com palavras e fatos. Por isso aquele convidado mal vestido é expulso: «Meu caro, como entraste aqui sem o traje de festa?» (Mt 22,12).

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

EVANGELHO DESTA QUARTA FEIRA DIA 20 DE AGOSTO

Dia Litúrgico: Quarta-feira da 20ª semana do Tempo Comum
Evangelho (Mt 20,1-16): Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos esta parábola: «Pois o Reino dos Céus é como o proprietário que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores a diária e os mandou para a vinha. Em plena manhã, saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha. Eu pagarei o que for justo’. E eles foram. Ao meio-dia e em plena tarde, ele saiu novamente e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelo fim da tarde, encontrou outros que estavam na praça e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’. Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. E ele lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 
»Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e faze o pagamento, começando pelos últimos até os primeiros!’. Vieram os que tinham sido contratados no final da tarde, cada qual recebendo a diária. Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, pensando que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu apenas a diária. Ao receberem o pagamento, começaram a murmurar contra o proprietário: ‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor ardente’. Então, ele respondeu a um deles: ‘Companheiro, não estou sendo injusto contigo. Não combinamos a diária? Toma o que é teu e vai! Eu quero dar a este último o mesmo que dei a ti. Acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja porque estou sendo bom?’. Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos».
Comentário: Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos
Hoje, a Palavra de Deus nos convida a perceber que a “lógica” divina vai muito além da lógica meramente humana. Enquanto nós homens calculamos («Pensando que iam receber mais»: Mt 20,10), Deus —que é Pai entranhável— simplesmente, ama («Ou estás com inveja porque estou sendo bom?» : Mt 20,15.) E a medida do Amor é não ter medida: «Amo porque amo, amo para amar» (São Bernardo).

Mas isso não torna a justiça inútil: «Eu pagarei o que for justo» (Mt 20,4). Deus não é arbitrário e quer nos tratar como filhos inteligentes: por isso é lógico que tenha “acordos” conosco. De fato, em outros momentos, os ensinamentos de Jesus deixam claro que quem recebe mais também será mais exigido (lembremos da parábola dos talentos). Enfim, Deus é justo, mas a caridade não se desentende da justiça, mas sim, a supera. (cf. 1Cor 13,5). 

Um ditado popular afirma que «a justiça por justiça é a pior das injustiças». Felizmente para nós, a justiça de Deus —repitamos, transbordante de seu Amor— supera nossos esquemas. Se unicamente se tratasse de estrita justiça, nós, então, estaríamos pendentes de redenção. Além disso, não teríamos nenhuma esperança de redenção. Em justiça estrita não mereceríamos nenhuma redenção: simplesmente, ficaríamos despossuídos daquilo que se nos tinha dado no momento da criação e que rejeitamos no momento do pecado original. Examinemo-nos, portanto, como agimos nos julgamentos, comparações e cálculos quando tratamos os demais. 

Além disso, se falarmos de santidade, temos que partir da base de que tudo é graça. A mostra mais clara é o caso de Dimas, o bom ladrão. Inclusive a possibilidade de merecer diante de Deus, é também uma graça (algo que nos é concedido gratuitamente). Deus é o amo, nosso «proprietário que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha» (Mt 20,1). A vinha (quer dizer, a vida, o céu...) é dele; nós somos convidados, e não de qualquer maneira: é uma honra poder trabalhar aí e, assim “ganhar” o céu.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O PAPA NA CORÉIA

O Papa Francisco concluiu a visita à Coreia indicando a todo o continente um futuro de reconciliação e paz ·

Para a Coreia que há mais de sessenta anos vive «uma experiência de divisão e conflito», e para toda a Ásia, o Papa Francisco vê no horizonte «novas oportunidades de diálogo, de encontro e de superação das diferenças». E, na conclusão da sua terceira viagem fora dos confins italianos, lançou uma mensagem que une realismo e esperança: mesmo quando cada perspectiva humana parece «não percorrível e às vezes até repugnante» – garante durante a missa celebrada na catedral de Seul na manhã de segunda-feira, 18 de Agosto, pouco antes de deixar a Coreia e voltar para o Vaticano – é possível compreender que «o perdão é a porta da reconciliação» capaz de «superar cada divisão, curar todas as feridas e restabelecer os vínculos originais de amor fraterno».
Uma convicção que, na visão de Francisco, se baseia na «tenacidade da paciência» e no trabalho minucioso de uma diplomacia livre de «recriminações, críticas inúteis e demonstrações de força», como frisou diante das autoridades políticas coreanas desde a sua chegada na manhã de quinta-feira, 14. Sem esquecer que num mundo cada vez mais globalizado a paz passa também através de um desenvolvimento económico à medida do homem, atento aos mais vulneráveis e capaz de pôr um limite ao «espírito de competição desenfreada que – advertiu na missa da solenidade da Assunção – gera egoísmo e conflitos».
O Pontífice chamou os cristãos ao compromisso de oferecer um contributo original, através de um «testemunho profético» que beneficie toda a sociedade. E recordou aos bispos coreanos que a Igreja deve evitar a tentação do «bem-estar espiritual» que afasta os pobres das suas portas. E ofereceu aos prelados do continente uma iluminadora lição de diálogo, convidando-os a não «se esconder por detrás de respostas fáceis, frases feitas, leis e regulamentos», mas a aproximar-se dos outros com espírito livre e aberto. Tendo presente que os cristãos não agem como «conquistadores» mas desejam caminhar ao lado de cada homem para mostrar que a unidade – como recordou aos jovens protagonistas da sexta jornada da juventude asiática, reunidos no santuário de Solmoe – «não destrói a diversidade mas reconhece-a, reconcilia-a e enriquece-a». 
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EVANGELHO DESTA TERÇA FEIRA DIA 19 DE AGOSTO

Dia Litúrgico: Terça-feira da 20ª semana do Tempo Comum
Evangelho (Mt 19,23-30): Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: «Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus». Ouvindo isso, os discípulos ficaram perplexos e perguntaram: «Quem, pois, poderá salvar-se?». Jesus olhou bem para eles e disse: «Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível».
Em seguida, Pedro tomou a palavra e disse-lhe: «Olha! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. Ora, muitos que são primeiros serão últimos, e muitos que são últimos serão primeiros».
Comentário: Rev. D. Fernando PERALES i Madueño (Terrassa, Barcelona, Espanha)
Dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus (...) Quem, pois, poderá salvar-se?
Hoje, contemplamos a reação que suscitou entre os ouvintes o diálogo do jovem rico com Jesus: «Quem, pois, poderá salvar-se?» (Mt 19,25). As palavras do Senhor dirigidas ao jovem rico são manifestamente duras, pretendem surpreender, despertar as nossas sonolências. Não se tratam de palavras isoladas, acidentais no Evangelho: repete vinte vezes este tipo de mensagem. Devemos recordá-lo: Jesus adverte contra os obstáculos que implicam as riquezas, para entrar na vida...
E, no entanto, Jesus amou e chamou homens ricos, sem lhes exigir que abandonassem as suas responsabilidades. A riqueza em si mesma não é má, a não ser que a sua origem tenha sido adquirida de forma injusta, ou o seu destino, que se utilize de forma egoísta sem ter em conta os mais desfavorecidos, se fecha o coração aos verdadeiros valores espirituais (onde não há necessidade de Deus).
«Quem, pois, poderá salvar-se?». Jesus responde: «Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível». (Mt 19,26). «Senhor, tu conheces bem as habilidades dos homens para atenuar a tua Palavra. Tenho que o dizer, Senhor ajuda-me! Converte o meu coração».

Depois do jovem rico ter ido embora, entristecido pelo seu apego às suas riquezas, Pedro tomou a palavra e disse: «Concede, Senhor, à tua Igreja, aos teus Apóstolos que sejam capazes de deixar tudo por Ti».

«Quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória?» (Mt 19,28). O Teu pensamento dirige-se para esse “dia”, até esse futuro. Tu és um homem com tendência para o fim do mundo, para a plenitude do homem. Nesse tempo, Senhor, tudo será novo, renovado, belo.

Jesus Cristo diz-nos: «Vós que deixastes tudo pelo Reino, vos sentareis com o Filho do Homem... Recebereis cem vezes mais do que tiveres deixado... E herdareis a vida eterna...» (cf. Mt 19,28-29).

O futuro que Tu prometes aos teus, aos que te seguiram renunciando a todos os obstáculos... É um futuro feliz, é a abundância da vida, é a plenitude divina.

«Obrigado, Senhor. Conduz-me até esse dia!».

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

EVANGELHO DESTA SEGUNDA FEIRA DIA 18 DE AGOSTO

Dia Litúrgico: Segunda-feira da 20ª semana do Tempo Comum
Evangelho (Mt 19,16-22): Naquele tempo, alguém aproximou-se de Jesus e disse: «Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?». Ele respondeu: «Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos». ?«Quais?», perguntou ele. Jesus respondeu: «Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra pai e mãe, ama teu próximo como a ti mesmo». O jovem disse-lhe: «Já observo tudo isso. Que me falta ainda?». Jesus respondeu: «Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me». Quando ouviu esta palavra, o jovem foi embora cheio de tristeza, pois possuía muitos bens.
Comentário: Rev. D. Óscar MAIXÉ i Altés (Roma, Italia)
Que tenho que fazer de bom para ter a vida eterna?
Hoje a Liturgia da Palavra coloca para nossa consideração a famosa passagem do jovem rico, aquele jovem que não soube responder diante do olhar de amor com o qual Cristo olhou para ele (cf. Mc 10,21). João Paulo II lembra-nos que naquele jovem podemos reconhecer a todo homem que se aproxima de Cristo e lhe pergunta sobre o sentido de sua própria vida: «Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?» (Mt 19,16). O Papa comenta que «o interlocutor de Jesus intui que há uma conexão entre o bem moral e o pleno cumprimento do próprio destino».

Hoje, há muitas pessoas que também fazem, no seu íntimo, esta pergunta! Se olharmos à nossa volta, talvez pensemos que são poucas as pessoas que veem algo a mais, ou que o homem do século XXI não precisa se fazer este tipo de pergunta, pois não encontrará respostas que lhe sirvam.

Jesus respondeu ao jovem: «Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos» (Mt 19,17). É legítimo perguntar-se sobre o sentido da vida, pois, hoje é necessário fazê-lo! O jovem lhe perguntou o que tem que fazer de bom para chegar à vida eterna, e Cristo respondeu-lhe que tem que ser bom.

Nos dias de hoje, para alguns ou para muitos?Tanto faz! Parece ser impossível?Ser bom?... Ou melhor, pode parecer até algo sem sentido: uma bobagem! Hoje, como há vinte séculos, Jesus Cristo segue nos lembrando que para entrar na vida eterna é necessário cumprir os mandamentos da Lei de Deus: não se trata do “ótimo”, mas de seguir o caminho necessário para que o homem se assemelhe a Deus e assim possa entrar na vida eterna de mãos dadas com seu Pai-Deus. Efetivamente, «Jesus mostra que os mandamentos não devem ser entendidos como um limite mínimo que não se deve ultrapassar, mas como uma vereda aberta para um caminho moral e espiritual de perfeição, cujo impulso interior é o amor» (João Paulo II).